sábado, 8 de abril de 2006

talvez em chinês


eugenio recuenco

Era muito velho o pobre Chong.
De precioso, muito precioso,
o bem mais precioso e único bem
sem preço,
possuía um cavalo, ganha-arroz
de cada dia.

Pela calada da noite, um dia...
...
manifestando a sua mais profunda
mágoa.
E o muito pobre velho Chong,
com o olhar espelho do arrozal
raso de água, fitou-os imóvel e
murmurou:
- Talvez!
. . .
E o velho Chong, menos pobre, com o olhar
espelho dum dia azul feito céu a acariciar
a garupa do cavalo e as ancas das seis
éguas selvagens, fitou-os imóvel e
murmurou:
- Talvez... talvez!

Até amanhã, meu velho amigo Chong.


(Este texto encontra-se publicado...

... no meu livro)

1 comentário:

Anónimo disse...

parece-me demasiado pessoal para comentar...
apenas posso dizer que gostei*