"the little thinghs" de april harrison
Aceitei montar o cavalo do poder.
Mas, dada a falta de arte de montar toda a sela,
convincentes foram a queda e o empurrão do dorso
pelado do animal.
E, num ápice, passei de cavaleiro inseguro
a suja ferradura calcada.
agora sei que o meu poder tem a dimensão
dum grão de areia do deserto
e o peso dum leve ar num vendaval desfeito
e o fado do primeiro passo em longa caminhada
o meu poder é pequena coisa
um ar que lhe deu
uma agulha em palheiro
um bafo na aragem
um quase nada
o meu poder é
descalçar a ferradura
envenenar o ar da aragem
não dar o primeiro passo
e
a pequena coisa
quase nada
será
agulha na engrenagem
Daniel Sant'Iago
14 comentários:
Grão de areia/pequenas coisas - podem ser dunas imensas e quentes...
Beijo.
O poder não tem dimensão.
A dimensão está no seu uso.
Por isso peço sempre sabedoria.
Que uma simples aragem não vire ventania.
Em troco de nada…
:)
És poderoso!
bjinho D
maria p.
Pois podem...
melgadoporto
Bem-vinda/o! Regressa sempre.
Concordo contigo...
De facto... uma aragem e um grão de areia... em ventania... cegam!
Quanto à sabedoria... a quem pedir?
PS: "melgadoporto" não leva a nenhum blogue! Erro meu?
vela
Achas?
Parece-me bem que não...
Por vezes... a engrenagem pára. Mas não deve ter sido com a minha agulha.
O poder das palavras...
Bom fim de semana
Bjx
*
Não há "sangue azul" que resista...
a tal cavaleiro!
Como sempre belo, o nosso poeta.
+um
nadir
Também esse...sim!
Para mim... sobretudo esse!
princesa
Pois o meu era muito vermelhinho... ainda há pouco.
E espero que continue assim.
Tem mais... poder!
O teu poder é mais que muito....
Bom fim-de-semana! ;)gosto de te ler tanto... beijos mts
Simplesmente grande o poder com que montaste hoje a Palavra. :)
Bj
_e se... lias?_
Poder? Eu?
Só se for o que as palavras me dão...
E mesmo esse... não domino nem domina.
paper-life
... e parti à desfilada!
Pequenas grandes coisas . O poder ... é relativo ...
Beijito.
secreta
Pois são... pois é!
Mas... sempre o poder.
Não gosto de agulhas. Ficou-me das vacinas. Mas gosto do poema.
ironicidade
Bem-vindo aqui e à blogosfera!
Aparece sempre.
Pois... as agulhas... das vacinas... essas... sobretudo!
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