quinta-feira, 30 de março de 2006

flores


chema madoz

para o dia das mentiras
dá-me um ramo de flores
de rosas ou túlipas negras

terei o cuidado de as
embeber em vinho e de as
entronizar em jarra de cristal

no dia das mentiras ao
acordar agasalharei as pétalas

queimarei os caules os espinhos


e partirei

Daniel Sant'Iago

3 comentários:

Anónimo disse...

No dia das mentiras, as rosas serão malmequeres, o vinho será água e o silêncio far-se-á ouvir.
Partirás? É mentira.

Unknown disse...

Se eu fosse poeta era um fingidor...
Nesse dia, quem disser a verdade... mente!
Sim. Vou partir! Confessei-o hoje... Não é mentira!
Beijo de "verdade".
daniel

Anónimo disse...

porquê no dia das mentiras e não noutro dia qualquer?
será a mentira um requesito mínimo para a mudança?
beijinho