segunda-feira, 4 de setembro de 2006

mutilação em delírio


foto de christophe duret

pegar na régua e no estilete
recortar-te a pele ferida
em inúmeros centímetros quadrados
coloridos a cheio de vermelho quente e
sujo branco
como vários tabuleiros de xadrez
com patas de cavalos a galope em assaltos de cavaleiros
sobre obstáculos e valas de carne pisada por um desejo
voraz de reacender-te as chamas de incendiária
quando sondada no centro de cada quadrado desenhado
pelo estilete e pela régua

daniel

10 comentários:

Vida disse...

Vidas como tabuleiros de xadrez coloridos pelos sonhos e desejos de cada um. Brincos tão bem construídos.

Beijinhos.

vida de vidro disse...

E nesse tabuleiro de xadrez recortado na pele ferida esperas ver as chamas do desejo? Carniceiro... :))

Anónimo disse...

Sinto-me como uma peça, que não sabe muito bem onde é o seu lugar no tabuleiro...
Hoje...
Hoje apenas me sinto assim...
Beijos e boa semana
Nadir

Anónimo disse...

Gostei do que li. Marcante.
Beijito.

Cherry Blossom Girl disse...

Um texto cheio de força.
E nesse tabuleiro sentes as chamas do desejo?

Beijinhos
***

mnemosyne disse...

Palavras pujantes que se ateiam e incendeiam tornando rubra a côr do poema :)

Al.Jib/Gabriela R. Martins disse...

e apagou-se no quadro o desenho a giz que o infante fez
.
.
.
ficou a sombra
.
.
( sempre preferi as fotografias a preto e branco )
.
cedo a sépia

um beijo retardado

Anónimo disse...

Não te queimes no borbulhar do sangue.

Ana Luar disse...

A força da escrita num poema rubro de paixão gravada a sangue nas marcas do tempo. Belo Daniel... vês pk gosto de ti?... pk tu és isto... a beleza da palavra!

Unknown disse...

Este é o meu único espaço.. para tabuleiros de xadrez com peças de barro.

daniel sant'iago