sexta-feira, 31 de março de 2006
profissão de fé
chema madoz
Sexta-feira da quaresma.
Renunciar
será confirmar o não ou
negar o sim?
Renuncias à paixão?
Não renuncio!
Renuncias ao prazer?
Não renuncio!
Renuncias ao silêncio?
Não renuncio!
Renuncias ao desprazer?
Sim, renuncio!
Renuncias a dar razões?
Sim, renuncio!
Renuncias às certezas?
Sim, renuncio!
Renunciar é sinónimo de ser feliz!
Renunciar é responder sim ou não!
Mesmo na quaresma desta sexta-feira.
Daniel Sant'Iago
quinta-feira, 30 de março de 2006
flores
quarta-feira, 29 de março de 2006
ser mais livre
chema madoz
estreito o carreiro da falésia
do rio douro em ondas sinuosas
percorrido como sonhado nessa
madrugada sem sono
o sonho cumprir-se-ia...
um limite apenas
não chorar...
nesse dia
fomos mais livres...
mais livre
gritei do alto da falésia
assustou-se a águia...
no regresso estava tudo como dantes
do rio douro em ondas sinuosas
percorrido como sonhado nessa
madrugada sem sono
o sonho cumprir-se-ia...
um limite apenas
não chorar...
nesse dia
fomos mais livres...
mais livre
gritei do alto da falésia
assustou-se a águia...
no regresso estava tudo como dantes
(Este texto encontra-se publicado...
... no meu livro)
terça-feira, 28 de março de 2006
ser pessoa
nuno ferro, olhares
acolhi-me à sombra dos pinheiros mansos
colhi pinhões torrados...
desfolhei o olhar...
recolhi-me...
fundi-me em silêncio...
inteiramente corpo num espírito inteiro
e
renasci pessoa
(Este texto encontra-se publicado...
... no meu livro)
segunda-feira, 27 de março de 2006
domingo, 26 de março de 2006
és uma besta
in fotodigital 13, "estrela"
dizias tu primo tibúrcio
meu urso
que a tua agenda electrónica...
último modelo da marca sanguessuga (sic)
... estava prenha de adresses e numbers
de senhoras donas e de meninos
bonitos...
que olhasse...
...
Tu não sendas messages destas?
Como se não tenho disso?
Estás fora de moda... Coitado!
Ó pá! Não me lixes!
Não me enfades!
Não me ofendas!
Não me fodas!
(Este texto encontra-se publicado...
... no meu livro)
meu urso
que a tua agenda electrónica...
último modelo da marca sanguessuga (sic)
... estava prenha de adresses e numbers
de senhoras donas e de meninos
bonitos...
que olhasse...
...
Tu não sendas messages destas?
Como se não tenho disso?
Estás fora de moda... Coitado!
Ó pá! Não me lixes!
Não me enfades!
Não me ofendas!
Não me fodas!
(Este texto encontra-se publicado...
... no meu livro)
sábado, 25 de março de 2006
sexta-feira, 24 de março de 2006
aleg(o)ria
chema madoz
Anda cá, meu rapaz, anda cá!
...
Que se passa? Terás sarna?
Não te satisfaz esse osso?
...
Ah! Não é osso! É plástico?
É brinquedo tão eficaz...
...
Brinca, trinca e afinca
no osso esse dente roaz!
Mas...
Que voo! Zzzzzzzás-catrapás-pás-pás!
...
Dá cá o osso, dá!
Toma! Vai buscar, vai!
Busca, busca! Dá cá ao dono!
Isso! Isso! Menino bonito!
Apetecível vida de cão!
Não é, meu velho daniel, não é?
(Este texto encontra-se publicado...
... no meu livro)
quinta-feira, 23 de março de 2006
quarta-feira, 22 de março de 2006
o meu sorriso
chema madoz
confuso
chamei a terreiro
de dentro de mim
quem pensa e quem sente
pedi...
quem sente ouviu e sorriu
quem pensa calou e fugiu
...
agora entendo que o sorriso
sou eu
(Este texto encontra-se publicado...
... no meu livro)
terça-feira, 21 de março de 2006
21 de março
hoje és primavera
renasceste sob mim
nesta manhã de maio
tronco de árvore em arco
coxas e dentes cerrados
marcas de lábios gemidos
debruçado por ti
encharcado em fios suados
fatigado na fadiga cansada
lascivo na carne serena
hoje és poesia
moldado nos braços e ouvido
descrevi sentidos de ternura
montanhas de neve eterna
regatos frescos de verdura
acariciei em círculos ternos
estreitei dedos afilados
aplanei mãos em palmas
torneei faces rosadas
olhei-te
terias adormecido
calei e deixei de te roçar
de novo um sorriso e repetiste
sonhei com o paraíso
respiração profunda
recostei-me no teu braço
adormeci
nesta manhã
nasceu a primavera e uma árvore
e ao meu bom dia
saudaste
fértil manhã
de vinte-e-um de março
daniel
segunda-feira, 20 de março de 2006
roído de amor
c
hema madoz
como é possível
ser roído pelo amor
se...
silêncio mudo
da tua sinfonia?
(Este texto encontra-se publicado...
... no meu livro)
hema madoz
como é possível
ser roído pelo amor
se...
silêncio mudo
da tua sinfonia?
(Este texto encontra-se publicado...
... no meu livro)
domingo, 19 de março de 2006
a vida ao segundo
tic tac
tac tic
geme mãe
grita puto
muito tempo
tempo muito
tac tic
tic tac
ri-te mãe
...
xeque mate
chique fraque
...
traque
pum
(Este texto encontra-se publicado...
... no meu livro)
sábado, 18 de março de 2006
sexta-feira, 17 de março de 2006
fogo
brincámos com o fogo
e....
acha-a-acha acha-a-acha acha-a-acha
atiçámos...
...
clamas aos gritos
...fogo fogo
presos entre dois fogos
...
tu e eu
apagar ou deixar morrer?
....
deixar morrer
não
....
sopra
atiça
deixa assar as achas todas
serão cinzas do trigo roxo
desse nosso fogo posto
(Este texto encontra-se publicado...
... no meu livro)
quinta-feira, 16 de março de 2006
quarta-feira, 15 de março de 2006
terça-feira, 14 de março de 2006
rio
segunda-feira, 13 de março de 2006
mareia
beach sand
mareia é o espaço onde
a onda acaba e a areia continua
. . . areia molhada e dura
... onde
calcorreio contigo a
sensação...
. . . onde
somos náufragos dados à costa
. . . onde
mergulhamos vontades e perigos...
. . . o meu
mar e areia
contigo
(Este texto encontra-se publicado...
... no meu livro)
domingo, 12 de março de 2006
saudades
sábado, 11 de março de 2006
sexta-feira, 10 de março de 2006
passarinhos quadrúpedes
chema madoz
Era uma vez...
... um letreiro de madeira. Gretado.
Verde-e-escuro com palavras...
...
Em chinguês puro, parvo de todo, rerreli:
"Passalinhos cuadlupedes"
( muda de linha)
"Vendeçe"
Pardais-de-telhado com quatro patas?
...
(Este texto encontra-se publicado...
... no meu livro)
quinta-feira, 9 de março de 2006
quarta-feira, 8 de março de 2006
terça-feira, 7 de março de 2006
ne me quitte pas
segunda-feira, 6 de março de 2006
domingo, 5 de março de 2006
sábado, 4 de março de 2006
sexta-feira, 3 de março de 2006
quinta-feira, 2 de março de 2006
quarta-feira, 1 de março de 2006
senhora minha
aloísio brito
minha senhora de mim
de ti
não me resta qualquer emoção do nosso primeiro momento
vi-te
não te olhei
ouvi-te
não te escutei
assunto banal
profissional
troca de olhares
palavras
papéis
nada mais
separava-nos um balcão abaixo dos teus seios
sobrava decote que descia num vale de dois segredos
esses seios
esses sim
sei-os
beijo-te
senhora de mim
minha
teu
daniel
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