sábado, 24 de fevereiro de 2007

enterro e flores


"sacrifice"
mark rothko


Não respondi ao grito.

Vivia longe e ocupado.

Pensava num título de um documentário
de homenagem a Vinicius de Moraes:

"Quem pagará o enterro e as flores
se eu morrer de amores?"

Fora de mim não escutei uma palavra tua.
Castiga
a minha presunção.
Quando eu me deitar de costas, põe-me
um pé na garganta e outro na boca.

E passa sobre mim três vezes.

Donde me vem tanta soberba?

Daniel Sant'Iago

7 comentários:

Anónimo disse...

As palavras têm uma força diabólica... matam mesmo quando são silêncio, não é?
Um beijo

Unknown disse...

ana
Pois têm! Mas nem sempre matam...

as velas ardem ate ao fim disse...

"Quem pagará o enterro e as flores
se eu morrer de amores?"

A alma da Primavera...o renascer dos amores.

As palavras são os que de mais poderoso há...valem muitas vezes por uma boa bofetada...outras vezes leva as o vento...

bjos Daniel

APC disse...

Quem morre de amor tem o enterro pago.

Este teu texto exige-me que o "re". Mas para já direi que a mensagem mais forte não tem na boca a sua única via de expressão.

Mas de palavras percebes tu!

Um abraço.

Estranha pessoa esta disse...

E dentro de ti.
Ouves?

Anónimo disse...

D. não me posso repetir...fico em silêncio...degustando as tuas palavras..


Um beijo boa semana.


Tens o raramente.Que publiques mais,e mais,e mais...

Unknown disse...

vela
Pois é... As palavras valem o que valem!
Dependem tanto das circunstâncias...

apc
Nem sempre percebo...
Se releres... verás que não!

estranha...
Nem sempre...
Depende do silêncio.

ela
Vou indo... dia a dia... escrevendo... escrevendo até.