terça-feira, 13 de junho de 2006
da nódoa à seda ou o tempo da espera
autor desconhecido
Em lençol de linho do tear dos nossos dias,
gravaste uma nódoa.
Resistente ao mais poderoso dos detergentes,
restava, ainda, a diminuta área circunscrita,
empalidecida e entranhada no tecido.
A nódoa!
Recortei com uma amolada tesoura de pontas o
rebordo da tua nódoa. Sobrevivia a nódoa num
buraco em arco.
O buraco da nódoa!
Estampei pedaços de linho novo no buraco
deixado pelo corte da nódoa. Sobrevivia
o arco dum buraco remendado.
Os remendos da nódoa!
Quanto tempo precisou o bicho-da-seda
para alongar os fios do casulo! Uma
meada bastou para tecer o lenço de
seda natural que nos descobre!
Onde os remendos, o buraco e a nódoa?
Novo o lenço e de seda natural!
daniel
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
7 comentários:
eis o resurgir. um novo lenço ... quem sabe mais puro... para outra nódoa... eis a transformação...
parabêns
"ailéh"
É... a possibilidade de outra nódoa... agora num lenço de seda após tantos anos de espera...
Talvez os bisnetos deste bicho-da-seda me façam o favor de afilar novos casulos...
Ou talvez já não haja mais nódoas...
(Um beijo. Obrigado.)
daniel
"dreams"
Preferi trocar o lençol pelo lenço...
Gostos...
Outro.
daniel
Adorei!
Se pudessemos retirar a dor fazendo um buraco e colocando de novo outro coisa de forma a não se sentir o vazio deixado/marcas...era bom.
beijinho
"gotícula"
Não é o que, por vezes, fazemos? A "nódoa/dor" mantém-se até à "ruptura/buraco". Bom... depois... lá se vai remendando conforme se pode.
Deixo a esperança de substituir o lençol de linho por um lenço de seda... sem nódoa!
Outro
daniel
"Nu" melhor pano cai a nódoa...
"ninfa cor-de-rosa", bom dia!
E quando a nódoa fica entranhada na pele nua...
Obrigado pela tua leitura.
daniel
Enviar um comentário