terça-feira, 30 de janeiro de 2007

mulher









sempre te quis
próximo da pele
se possível bem
por dentro


daniel

"girl standing"

egon schiele

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

um último olhar...


"mulher sentada"
picasso


Recorda-me aquele teu primeiro
olhar porque a estrela do crepúsculo
sob o luar da meia noite espera por nós
e pela madrugada até à lava da alvorada.
Levanta-te e não pernoites sentada porque a
morte será já amanhã na manhã do teu último olhar.

daniel

domingo, 28 de janeiro de 2007

aos domingos - 28 de janeiro


"miragens"
josé dos santos

Não sei quem escreveu
.

"A maneira de apreciarmos uma coisa é
dizermos a nós próprios que a podemos
perder
"

Este blogue é mais uma coisa!
Coisa entre milhões de blogues!

E já me disse que a posso perder!
Qual o (a)preço?

daniel

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

eco_ar


"the persistence of memory" de salvador dalí

Não me custa nada repetir, uma vez mais...
- Amo-te!

É tão simples, tão normal e já tão vulgar...

- Amo-te!

E, já ou logo ou depois, vais repetir mais uma vez...

- Amas-me?

E, se o não repetir outra vez....

- Já não me amas…
Para, de novo, repetir... uma vez mais ...
- Amo-te!

Mas não vale a pena repetir...
Uma vez mais e outra mais outra vez...


Basta que te contemple...

Basta que a rotina não nos distraia...
Basta que não me julgues conquistado...
Basta que o óbvio nos seja transparente...

- Está bem! Eu repito! Mais uma vez...
Amo-te!

- Não! Não repetes!
Ecoas!

daniel

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

voz passiva


"wild horses" de suzannah sinclair

quando

sob os cravos dos teus olhos
soar o nada do meu silêncio
saborearás o meu mundo

mudo
imóvel

passivo

daniel

domingo, 21 de janeiro de 2007

aos domingos - 21 de janeiro

passo

a passo paciente
piso-me
pela via-sacra da paixão
o sofrimento

daniel
"eulalie"
lili dujourie


quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

atalho


"landscape with butterflies" de salvador dalí

amar-te

um palmilhar por atalho sinuoso
no estreito caminho dos afectos

...


limite infinito

sem regresso

(Este texto encontra-se publicado...

... no meu livro)

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

senhor de mim


egon schiele

minha senhora de mim
de ti e do nosso primeiro momento
apenas...

ou_vi-te
cego e surdo
troca ...
...
de nada

entre nós um balcão
para um decote...

esses seios
...
sei-os
senhor de mim

(Este texto encontra-se publicado...

... no meu livro)

domingo, 14 de janeiro de 2007

aos domingos - 14 de janeiro


com_tensão


tão forte se amas
quem tem a coragem
de amar menos

daniel


"dolores"
lili dujourie

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

fruto proibido


"el beso" de pablo picasso


farta a fatia do bolo
do rei ou da rainha

a cada dentada dada
a cada passa passada
a cada fruta cristalizada
a cada fruto seco trincado

torturei-me com o doce proibido

prometo
só uma vez

daniel

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

lapsus linguae


"how it all began" de richard lindner

Hot, no mínimo, a tarde.
Suores!

A solução fresca abriu-me um pub.
No seio do Soho.
London!


Ao corpo... arremessei-o sobre um banco de vinho.
A cor.

Aos cotovelos... espetei-os no negro da madeira.
O tampo
.
Aconcheguei a testa nas palmas das mãos.
E fiquei-me por ali...
Os olhos semi...
Cerrados.

...


- Drinks? What do you eat?

Uma voz rouca, loura e húmida...
(... drinks...)
...segredava, lasciva, ao meu ouvido direito...
(... eat...)
...por entre cabelos soltos, colados nos lábios.
(... como... bebo...)
Uns braços esguios serpenteavam-me o pescoço.
(... claro que mordo...)
Sob a camisa molhada acariciavam todos os dedos.
(... claro que chupo...)
Uns peitos duros esmagavam-me as costas frias.

Decidi comer...


- Te!

Tão português o meu desejo louco...

- The?

So british a dúdiva rouca...

- Sorry! Tea! Please... An iced tea!

Tão pouco convincente a inflexão gelada...

Terá sido, tão só, um lapsus linguae em domínios linguísticos de Sua Alteza, The Queen!

Sorry, my dear!
Sorry!

daniel

domingo, 7 de janeiro de 2007

aos domingos - 7 de janeiro


"relation" de jo delahaut

tu

és a única regra sem excepções
porque és única
uma excepção sem regras


daniel

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Ai... a vírgula... a vírgula!




É a vírgula um sinal de pontuação.

Um ponto redondo
com um apêndice.
Curvo. Para
baixo e para dentro.
Uma insignificância!

É a vírgula uma palavra.
E, como
todas as esdrúxulas, acentuada.
Graficamente.
Um acento agudo. Um sinal!
Simples. Etéreo. Delicado.
Uma excrescência!

Uma excrescência sobre uma insignificância!
Um quase nada sobre um nada quase sem importância!

Por desmazelo, omiti a excrescência.
E a insignificância perturbou-se...

A vírgula passou-se... a vir com gula!

Estas pequenas coisas tão importantes!

daniel

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

da fuga

como fugir
daqui

se

não posso
fugir
de mim

daniel

"silent poem 1"
trey