quarta-feira, 24 de maio de 2006

mata-me a sede


maurício ianês

quanta sede sou
contorcido em cortiça ressequida

dá-me de beber
naquela púcara de barro porosa
bojuda roliça sem asa

enleada nos teus dedos de oleiro
encharca-me
em esponja de suor empapado

ébrio
mancharei a neve dum linho leve

daniel

8 comentários:

lisa disse...

Sabe bem beber pela púcara de barro sem dúvida.Tenho saudades.

Beijo.

Unknown disse...

Lisa
E eu também...
Outro
daniel

Anónimo disse...

Eu bebia água da "sanga". Que a minha avó diariamente enchia. Aquele sabor de barro inesquecível!
O que me fazes recordar!
Beijos

Unknown disse...

Olá, Cangonja!
O que é a "sanga"?
E a frescura da água?
Recordar... não ajuda a encontrarmo-nos?
Outros.
daniel

Belinha disse...

Eu bebia pelo "coxo", de cortiça, directamente da água do poço...
...até que apareceram rãs no coxo e tive nojo... :p

Unknown disse...

eu bebia de uma "enfusa "de barro... enleada nas mãos do oleiro... por um "cocharro" de cortiça polida...e tenho umas saudades brutais de matar a minha sede assim...

um beijo sequioso

Unknown disse...

Belynha
Nojo das rãs...
Coitadas!
daniel

Unknown disse...

Ailéh
A minha púcara puxou pela mão a sanga, o cocho, a enfusa, o cocharro e (acrescento eu) o tarro.
De barro e cortiça... Esqueçamos o vidro e o plástico!
A frescura que os poros dão!
Outro.
daniel